Três países, um só episódio e infinitas histórias. No último domingo (17), o Boa Sorte Viajante viajou até a tríplice fronteira da Amazônia, onde Brasil, Peru e Bolívia se encontram. A jornada teve início em Assis Brasil, no interior do Acre, ponto de partida para uma experiência que atravessa culturas, conecta comunidades e revela histórias de resistência. A pequena cidade amazônica, banhada pelo rio Acre, guarda em seu cotidiano simples a força de quem preserva tradições e convive de perto com a natureza. Entre encontros com personagens locais e a exuberância da floresta, o programa mostra como essa fronteira se transforma em um mosaico de saberes e vivências.

Do lado boliviano, Matheus chega a Bolpebra, uma comunidade marcada pela simplicidade, mas que abriga um símbolo de transformação: a universidade de medicina. Apesar da precariedade da infraestrutura e do difícil acesso em meio à floresta, o vilarejo ganhou visibilidade ao atrair estudantes do Brasil, Peru e Bolívia. O esforço de jovens que cruzam fronteiras diariamente em busca de formação revela não apenas o sonho de um futuro melhor, mas também o impacto que a educação exerce sobre a economia e o cotidiano da população local.

A viagem segue até Iñapari, no Peru, onde a ponte internacional intensificou o comércio e aproximou ainda mais os povos da região. A cidade, de pouco mais de 3.500 habitantes, tornou-se um espaço vibrante de intercâmbio cultural, marcado por laços familiares, pela culinária diversa e pelo movimento constante de brasileiros. O recém-inaugurado porto de Chancay surge como promessa de integração econômica capaz de aproximar o Acre e o Centro-Oeste brasileiro do mercado asiático. Ainda assim, especialistas lembram que o verdadeiro progresso depende de investimentos em infraestrutura e cooperação entre nações.

Tríplice Fronteira da Amazônia

De volta a Assis Brasil, Matheus Boa Sorte revela a essência amazônica: a pesca como herança cultural, os acampamentos ribeirinhos cheios de histórias e o modo de vida que resiste ao tempo. A visita a um seringal resgata a memória do ciclo da borracha e mostra que é possível unir preservação ambiental e desenvolvimento econômico através da extração do látex. Entre sotaques, costumes e sonhos compartilhados, o episódio destaca que a tríplice fronteira não é apenas uma linha geográfica, mas um espaço onde diferenças se somam, revelando a força da Amazônia como patrimônio cultural e natural da América do Sul.